quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Candidatos abdicam da eleição na reta final

10% dos candidatos registrados na Justiça Eleitoral não irão até o término das campanhas, ou seja, por diversos motivos, mais de 22 mil pessoas não vão ter nem chance de entrar em campo.
Por Camila Generato
Os motivos são variados: falta de documentação, problemas legais, morte ou desistência.
Mas somando todos esses motivos, já são 22,570 candidaturas a menos na disputa por uma cadeira no governo brasileiro.
Diariamente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebe dados dos tribunais regionais eleitorais (TREs) e os números só sobem. Os últimos dados recebidos são do dia 15.
De acordo com eles, 2.726 registros eram inaptos e já foram descartados sem chance de recurso, entre eles houveram 841 desistências, duas mortes e um registro cassado.
Dentre os casos de desistência, estão o deputado federal Alceni Guerra (DEM-PR) e o ex-deputado distrital Junior Brunelli (sem partido, ex-PSC). Guerra desistiu ao ter o registro recusado com base na Lei da Ficha Limpa. Já Brunelli, foi visto em vídeo recebendo propina das mãos de Durval Barbosa, teve legenda negada pelo partido e renunciou à candidatura depois de ser recusado pelo Ministério Público e expulso do PSC.
“O sistema brasileiro tem uma facilidade de acesso para que as pessoas sejam candidatas” declarou o cientista político da Universidade de Brasília (UnB) Leonardo Barreto, quando perguntado sobre os números aparentemente altos, também afirmou que é normal para o Brasil, sendo o sistema do país bem acessível e democrático.
Os ex-governadores Paulo Maluf (PP-SP), Joaquim Roriz (PSC-DF) e Jader Barbalho (PMDB-PA) estão na corda bamba. Até a decisão final da Justiça Eleitoral, Maluf, Roriz e Barbalho estão com suas candidaturas registradas e concorrendo a um lugar no governo.
Junto aos ex-governadores, mais de 1.800 candidatos esperam a decisão da Justiça Eleitoral.
12,6% das candidaturas registradas para o cargo de Deputado foram preteridas. No total, foram registradas 6.038 candidaturas para os cargos.
Dentre os recusados, há também 501 candidatos que ainda estão brigando na justiça pelo direito de tomar posse caso sejam eleitos, dos quais 402 estão com recurso e 99 estão com a situação considerada regular.
O registro do tesoureiro da campanha da candidata à presidência, Dilma Rousseff, foi cancelado.
José de Filippi Junior (PT) não entregou todos os documentos necessários à tempo. Filippi teve a candidatura registrada pelo tribunal regional eleitoral paulista que revogou a decisão. Entrando assim na lista dos candidatos que precisam defender o seu direito na justiça.
Dos 273 candidatos à Senador, 10 desistiram já desistiram e 15 foram recusados.
Para o cientista político Leonardo Barreto, “por mais bem intencionado que seja o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), existe uma demora muito grande pra julgar os casos. E a Lei da Ficha Limpa trouxe uma instabilidade ao cenário político”, sobre a quantidade de recursos possíveis dos candidatos.

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